O termo cancro refere-se a um grupo heterogéneo de doenças malignas com uma característica em comum: a divisão descontrolada de células de um órgão ou tecido. Uma massa de células cancerosas designa-se um tumor. O crescimento descontrolado de um tumor resulta na destruição do tecido saudável em redor. A disseminação das células tumorais através do sistema sanguíneo ou linfático pode conduzir à formação de tumores secundários ou metástases, noutros órgãos ou tecidos.
A velocidade de crescimento de um tumor depende da velocidade a que as células se dividem. As células de alguns tumores dividem-se muito rapidamente enquanto que as de outros se dividem lentamente. Para este desenvolvimento é essencial que haja irrigação sanguínea uma vez que é o sangue que transporta os nutrientes e o oxigénio até às células tumorais, permitindo o crescimento do tumor. Alguns tumores podem dar origem ao crescimento de novos vasos sanguíneos que irrigam o próprio tumor e as áreas adjacentes. Estes tumores têm um maior fornecimento de nutrientes e oxigénio pelo que crescem mais rapidamente.
O cancro é atualmente um termo coletivo para designar mais de uma centena de doenças diferentes caracterizadas pelo crescimento celular descontrolado e invasivo.
Um terço dos 10 milhões de novos casos de cancro diagnosticados todos os anos a nível mundial podem ser prevenidos e outro terço curado, se forem detetados e tratados numa fase precoce.
De acordo com as estimativas da OMS nos próximos 20 anos haverá 10 milhões de mortes de causa oncológica e 15 milhões de novos casos de cancro por ano.
O cancro é responsável por 12% de todas as mortes a nível mundial.
No ano 2000, foram diagnosticados mais de 1,2 milhões de casos de cancro em todo o mundo.
Em 1990 foi descoberto o gene do cancro da mama hereditário (BRCA-1), no cromossoma 17.
Todos os homens com idade superior a 50 anos deverão ser submetidos a um exame anual à próstata.
Um dos mais notáveis feitos da medicina moderna é o desenvolvimento de testes de diagnóstico específicos que podem caracterizar cada tumor, permitindo desta forma uma terapêutica individualizada
O cancro é uma doença multifuncional no sentido em que pode, embora não obrigatoriamente, surgir através da influência de alguns ou de todos os seguintes quatro fatores: ambiente, predisposição genética, existência de um sistema de cuidados de saúde e estilo de vida.
Os fatores de risco conhecidos são:
Estilo de vida e dieta: dieta rica em gordura, tabaco e ingestão de álcool;
Causas genéticas, fatores de risco hereditários (predisposição genética);
Proliferação benigna do tecido glandular ou conjuntivo (mastopatia proliferativa);
Infeções virais;
Perturbações do sistema imunitário.
Exame microscópico de um esfregaço sanguíneo (contagem de células sanguíneas);
Determinação da presença de proteínas e de imunoglobulinas no sangue (anticorpos);
Velocidade de sedimentação eritrocitária;
Identificação de infeções virais (serologia viral);
Exame microscópico de tecido nodular linfático;
Exame de amostras de medula óssea ou de órgãos internos (biópsia);
Exame de líquido encefalo-raquidiano (punção lombar);
Visualização direta do interior dos órgãos abdominais (endoscopia);
Exame citogenético de cromossomas (um método de detetar alterações cromossómicas usando um microscópio de fluorescência);
Ecografia, tomografia computorizada ou ressonância magnética.
As modernas técnicas de imunodiagnóstico usam reações de anticorpos específicos para classificar com precisão as células tumorais. Por possibilitarem a previsão da probabilidade de sucesso de um fármaco em particular, estes testes podem melhorar as hipóteses de cura.
Recentemente, descobriram-se dois genes tumorais, BRCA-1 e BRCA-2, associados ao cancro da mama. BRCA é uma abreviatura de "breast cancer" (cancro da mama, em inglês). As mulheres com uma mutação nos genes BRCA-1 ou BRCA-2 têm um risco 85% maior de virem a desenvolver cancro da mama.
Encontra-se uma predisposição familiar em 30% dos doentes com tumores gastrointestinais. Dentro destes casos faz-se uma distinção entre cancro gastrointestinal hereditário e uma tendência familiar para o cancro gastrointestinal. O primeiro grupo representa cerca de 7-10% de todas as causas de cancro gastrointestinal e relativamente ao segundo são ainda desconhecidas as causas genéticas precisas da predisposição familiar.
No caso dos linfomas malignos, não foi demonstrada, até à data, a existência de predisposição genética ou de fatores genéticos. No entanto, em alguns linfomas não-Hodgkin, descobriram-se alterações nos cromossomas, adquiridas durante a vida do doente. Essas anomalias não são transmissíveis de geração em geração, estando presentes apenas no tecido linfático do doente.
Não fumar;
Não ingerir álcool;
Evitar o excesso de peso;
Consumir diariamente fruta e vegetais frescos e cereais com elevado teor em fibra;
Evitar a exposição excessiva à luz solar direta;
As mulheres devem fazer regularmente o autoexame mamário;
Fazer check-up médico com regularidade.
Investigar a natureza de um nódulo ou caroço aparecido recentemente;
Investigar a causa da tosse crónica ou da rouquidão persistente;
Esfregaço cervical;
Palpação das mamas, na mulher;
Teste para detetar a presença de sangue oculto nas fezes.
Na ressecção cirúrgica, remove-se a totalidade do órgão afetado, na maior parte dos casos juntamente com uma grande quantidade do tecido que circunda o tumor.
Na radioterapia, o tecido afetado é exposto a uma fonte de radiação dirigida com exatidão. Usa-se radiação eletromagnética ou partículas subatómicas, na maioria das vezes em associação com outros métodos.
A quimioterapia é uma terapêutica farmacológica com substâncias químicas designadas por agentes citotóxicos, que inibem o crescimento ou destroem as células tumorais.
As hormonas promovem o crescimento celular. Na terapêutica hormonal a remoção do estímulo hormonal para o crescimento pode suspender, ou pelo menos diminuir significativamente, o crescimento tumoral.
Na imunoterapia o sistema imunitário é colocado a um elevado nível de alerta relativamente às células cancerosas. Exemplos típicos destas substâncias são os interferões, interleucinas e anticorpos monoclonais.
Informação traduzida e adaptada de www.health-kiosk.ch