O cancro do colo do útero é um dos cancros mais comuns em mulheres em todo o mundo.
Começa no colo do útero (cervix), localizado na parte inferior do mesmo.
Sabe-se que infeções persistentes de certos tipos de elevado risco do vírus do HPV aumentam o risco de doença cervical.
A doença cervical, se não for controlada, pode progredir ao longo do tempo para cancro do colo do útero.
O cancro do colo do útero é uma das formas de cancro mais tratáveis, desde que detetado precocemente e tratado de forma eficaz.1
Cerca de 660.000 novos casos por ano em todo o mundo;2
Aproximadamente 350.000 mulheres vão morrer com este cancro;2
O cancro do colo do útero é a quarta forma de cancro mais comum em mulheres a nível mundial;2
Em Portugal, foram registados em 2020, 950 novos casos e 378 mortes de Cancro do Colo do Útero, tornando-o a 4ª neoplasia mais frequente entre as mulheres portuguesas;3
O cancro do colo do útero é causado pelo Vírus do Papiloma Humano.
De entre os mais de 100 tipos diferentes de HPV, 14 deles são considerados de alto risco para cancro do colo do útero e, desses, os tipos 16 e 18 são os mais agressivos.
Os genótipos de HPV 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de cancro do colo do útero.
É possível prevenir este cancro em praticamente 100% dos casos, desde que o rastreio e diagnóstico sejam apropriados.4,5,6
O rastreio permite a identificação precoce e a remoção de lesões pré-cancerosas, reduzindo a incidência e a mortalidade do cancro do colo do útero em todo o mundo.
O teste mais comummente usado para detetar o cancro do colo do útero é o Papanicolau (citologia). Contudo, este método está muito dependente da qualidade da amostra recolhida e do técnico de saúde que vai observar e interpretar a citologia.
1/3 dos casos de cancro do colo do útero ocorre em mulheres rastreadas que apresentavam uma citologia normal.7,8
Por este motivo, atualmente são recomendados como métodos de rastreio primário testes moleculares de elevada sensibilidade para a deteção do DNA ou mRNA do HPV.9,10
Data da última revisão: 14.01.2025
Em caso de dúvida, consulte o seu médico ou farmacêutico.
NP-PT-00217 | Janeiro 2025
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Quase todos os casos do cancro do colo do útero são causados pelo vírus do papiloma humano (HPV). O vírus é transmitido por via sexual e infeta a maioria dos homens e mulheres em algum momento das suas vidas. Embora nem todas as mulheres positivas para uma infeção por HPV de alto risco desenvolvam cancro do colo do útero, se a infeção for persistente e não for controlada pelo sistema imunitário, ao longo do tempo poderá causar alterações celulares que podem levar ao desenvolvimento de cancro. Este processo pode levar muitos anos, ou até mesmo uma década, pelo que o rastreio regular do cancro do colo do útero é essencial.
Habitualmente é feita uma avaliação observacional (inspeção visual (VIA) e/ou o exame Papanicolau (citologia convencional) para rastreio da mulher para cancro do colo do útero. No entanto, atualmente, com a evolução dos testes moleculares é possível a deteção direta da presença do material genético do vírus HPV. O procedimento para a recolha de amostra para o teste molecular do HPV e o exame Papanicolau é o mesmo. Contudo, a informação que cada um destes testes revela é diferente, influenciando a tomada de decisão clínica posterior e a jornada do doente. Muitos países avançaram ou estão a avançar para programas de rastreio em que o teste molecular para o HPV é o primeiro teste a ser realizado, para melhor identificar quem está em risco de desenvolver cancro do colo do útero.
Embora o DNA do HPV seja detetado em mais de 99% dos cancros do colo do útero, muitas mulheres que testam positivo para o HPV não desenvolvem doença cervical. No entanto, uma vez que não há um padrão das mulheres que conseguem eliminar o vírus e das que desenvolvem cancro invasivo, é importante realizar testes de seguimento e continuar com o acompanhamento. Dois dos genótipos do HPV de risco mais elevado - HPV 16 e HPV 18 - representam cerca de 70% de todos os casos de cancro do colo do útero. Se o teste for positivo para um destes genótipos, pode ser-lhe comunicada a necessidade de um seguimento mais apertado e a realização de exames adicionais como a colposcopia.
Se não for detetada uma infeção pelo HPV de alto risco, o risco de desenvolver cancro do colo do útero, nos próximos 3-5 anos, é muito baixo. É provável que não seja necessário qualquer acompanhamento até à próxima data de rastreio, segundo as recomendações clínicas atuais.
Sim, continua a ser necessário o rastreio do cancro do colo do útero mesmo que tenha sido vacinada contra o HPV. A vacina fornece proteção contra os genótipos de HPV de maior risco, conhecidos como os principais responsáveis pelo desenvolvimento de cancro, no entanto não protege contra todos os genótipos de HPV. Por esta razão, é importante o rastreio cervical fazer parte da rotina de saúde da mulher, para que caso haja a detecção de doença, esta seja identificada precocemente e se reduza a possibilidade de desenvolvimento de cancro.
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