Uma nova forma de pensar sobre o conceito de Valor das Informações de Diagnóstico (VID) orienta hoje muitos países à medida que moldam as estratégias nacionais de saúde para o futuro. Vários estudos1 e discussões de políticas recentes concluem que as informações exatas fornecidas pelos testes de diagnóstico ajudarão a focar mais os serviços de saúde em ajudar os doentes a gerir as doenças e os seus percursos de tratamento, reduzindo os custos no processo.
Para detetar, identificar e caracterizar doenças baseadas em bactérias, vírus, parasitas e fungos, os laboratórios clínicos utilizam normalmente métodos de observação morosos, como testes de cultura, fluido corporal e bioquímicos. A tecnologia de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real – que analisa rapidamente uma pequena amostra de ADN para identificar a presença de um agente infeccioso – está a mudar o mundo dos testes de diagnóstico. Desde 2020, os testes de PCR obtiveram reconhecimento mundial pela sua utilização em testes rápidos de milhões de pessoas para a COVID-19 nos programas nacionais de controlo em todo o mundo.
Como esses testes fornecem informações fiáveis e práticas, surgiram como a técnica preferencial nos laboratórios clínicos. Atualmente, os testes de PCR podem identificar e controlar doenças que vão desde infeções do sistema nervoso central, como encefalite e meningite, infeções pulmonares e cardíacas, infeções gastrointestinais, como enterite e hepatite, infeções da corrente sanguínea e sistémicas, e até medir a carga viral de uma pessoa com VIH ou hepatite.
No geral, espera-se que esta inovação nos testes de diagnóstico continue a crescer em popularidade, reduzindo os custos dos sistemas de saúde e melhorando a eficiência do tratamento e a gestão de doenças à medida que surgem mais opções de autoteste para os doentes.
As doenças infecciosas e o potencial de futuras pandemias são uma realidade com a qual os líderes de todos os sistemas de saúde têm de lidar. Se os países pretendem controlar eficazmente a propagação destas doenças – e ajudar os doentes afetados a gerirem a sua doença – precisam da capacidade de diagnosticar rapidamente e responder aos surtos.
Os países com planos de ação em vigor terão maior probabilidade de reduzir o risco de doenças infecciosas em toda a sociedade. Assim que uma ameaça é diagnosticada, as intervenções de prevenção e gestão das doenças podem ser implementadas para combinar práticas simples com tratamentos médicos. Uma das intervenções de gestão cruciais consiste em assegurar que os dados analíticos e de exames sejam continuamente introduzidos nos planos de ação. A experiência com a pandemia da COVID-19 mostra como as políticas de diagnóstico e prevenção podem funcionar em conjunto. Por exemplo, a eficácia de uma comunicação clara sobre práticas como a higiene pessoal, o distanciamento social ou a obrigatoriedade de uso de máscara que todos podem aplicar para reduzir a disseminação da infecção, aumentam a sensibilização para o valor dos testes de diagnóstico e o modo como estas práticas complementam os programas de vacinação ou o acesso a outros medicamentos.
Referências: