Está atualmente no projeto independente Fumaça, mas foi como jornalista do Público que, em 2018, conquistou uma das Bolsas de Jornalismo, na 1ª edição da iniciativa do Sindicato dos Jornalistas, em parceria com a Roche.

Margarida David Cardoso não tem dúvidas de que os meios de comunicação social devem caminhar para a especialização dos seus jornalistas, “corrigindo o retrocesso das últimas duas décadas”.

“Em plena pandemia, acho que os jornalistas da área da Saúde – nas redações em que os há – conquistaram um espaço mais central nas redações, por força das circunstâncias e à custa de uma carga desproporcional de trabalho. Espero que a atual situação permita às redações repensar a atenção dada à Saúde, reforçando o número de jornalistas, apostando na especialização em políticas de saúde e análise de dados, e trabalhando na preservação da memória sobre esta área entre os seus jornalistas. Acho essencial que uma aposta no jornalismo de Saúde não se procure refletir no aumento de notícias diárias por si só, mas na qualidade de análises profundas às políticas de saúde em vigor ou passada, aos avanços científicos na área, às razões que explicam a incidência de determinada doenç

a, etc”.Margarida David Cardoso foi atrás de histórias de doentes com esclerose múltipla, dando-lhes voz.

Era um assunto que já seguia com atenção, mas a Bolsa deu-lhe “tempo e motivação para aprofundar” um tema em que ainda havia muito por contar.

Acredita que o jornalismo pode e deve contribuir para melhorar a vida dos doentes e os cuidados de saúde. E por isso mesmo entende que os jornalistas têm a responsabilidade de transmitir informação de forma correta e inteligível aos cidadãos, bem como de questionar e responsabilizar as autoridades de saúde pelas suas decisões.

“Por isso é tão essencial a especialização dos jornalistas. É neste último ponto de responsabilização, escrutínio e questionamento das autoridades e agentes da saúde que acho que o jornalismo desempenha um papel fundamental na garantia do acesso e qualidade dos cuidados de saúde, assim como na defesa dos direitos dos doentes. Por outro lado, a informação contribui para que os cidadãos sejam mais resilientes ou tenham atitudes mais preventivas perante determinadas doenças, assim como permite aos doentes poderem ter um papel mais ativo no seu tratamento.”

Leia alguns dos artigos desenvolvidos por Margarida David Cardoso no âmbito das Bolsas de Jornalismo:

As Bolsas chegaram agora à sua 2ª edição, estando a decorrer as candidaturas até ao final de novembro.