Os sistemas de monitorização remota, tais como aplicações, monitores e rastreadores portáteis, podem desempenhar um papel fundamental na garantia de uma prestação eficiente de serviços de cuidados de saúde e na melhoria do acesso dos doentes.
A pandemia da COVID-19 destacou os benefícios e a versatilidade desses sistemas, em especial, para os doentes com doenças crónicas.1
Os serviços de monitorização remota permitem a medição dos sinais vitais a partir de casa, por exemplo, utilizando monitores de tensão arterial ou rastreadores de atividade física, frequência cardíaca e níveis de oxigénio portáteis, bem como a transferência automática desses dados para o profissional de saúde assistente para análise e apoio à tomada de decisões. Os dados recolhidos podem fornecer ao profissional uma visão global do estado de saúde do doente, incluindo informações sobre a respetiva atividade diária, medicação e resultados de testes laboratoriais. Podem igualmente apoiar a deteção precoce de sinais de alerta para a deterioração da saúde ou a progressão da doença, melhorando assim as taxas de sobrevivência para doenças como a hipertensão ou a diabetes. No caso de doentes com doenças como a diabetes, esse tipo de dispositivo pode também aliviar significativamente a dor e os esforços necessários para gerir a respetiva doença: podem receber automaticamente informações sobre os níveis de açúcar no sangue através de um sensor ou uma bomba e, utilizando o mesmo dispositivo, aplicar insulina para ajustar os níveis de açúcar.
Para muitos doentes com doenças crónicas, as visitas clínicas presenciais podem ser um evento esporádico e fornecer ao profissional de saúde assistente uma visão limitada do estado de saúde do doente. Os doentes com doenças como a esclerose múltipla podem sofrer importantes alterações físicas e mentais entre as visitas, que nem sempre serão evidentes no momento do exame. Para esses doentes é fundamental avaliar os sintomas e a função corporal de forma contínua para uma gestão eficaz da atividade da doença e uma redução do risco de agravamento da doença.
No caso de pessoas com doenças de longo prazo como o cancro, as soluções de saúde digitais podem igualmente apoiar uma melhor experiência de comunicação entre doentes e profissionais. Os tratamentos oncológicos são morosos e os doentes podem nem sempre ter fácil acesso geográfico ao profissional de saúde assistente. Se surgirem dúvidas ou novos sintomas entre as visitas físicas, as soluções de saúde digitais oferecem uma oportunidade de ligar os doentes ao respetivo profissional assistente independentemente da localização.
Os sistemas de monitorização remota podem aliviar a pressão sobre as instituições de cuidados de saúde através da redução da necessidade de visitas hospitalares e das poupanças nos custos de tratamento incorridos, ao mesmo tempo que aumentam a sensibilização e o envolvimento dos doentes no processo de gestão da sua doença.
O interesse na utilização da inteligência artificial nos cuidados de saúde cresceu substancialmente nos últimos anos, desde o desenvolvimento de medicamentos até à prestação de cuidados de saúde. Espera-se que a IA tenha um impacto positivo no acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento dos doentes, bem como na otimização da afetação de recursos e no funcionamento dos sistemas de saúde. Algumas das principais aplicações da IA incluem análise de imagens médicas, previsão de doenças, robótica médica, telemedicina e médicos virtuais.3
As soluções de cuidados virtuais baseadas na IA têm o potencial de proporcionar um coaching de saúde personalizado para melhorar os comportamentos de estilo de vida saudável, reduzir os níveis de stress e diminuir os fatores de risco para doenças como a doença cardíaca ou a diabetes. As técnicas de coaching digital personalizado permitem o desenvolvimento contínuo de percursos de cuidados personalizados e que o doente assuma um papel ativo na gestão da sua doença.
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte a nível mundial e encontram-se entre as doenças mais onerosas em termos de tratamento para os sistemas de saúde em todo o mundo. A escassez de pessoal e recursos, a colaboração limitada entre equipas multidisciplinares e o aumento dos custos de tratamento resultam frequentemente em cuidados insuficientes para a prevenção e a gestão de DCV comuns.
Com base em vários quadros de mudança de comportamento, a Roche colaborou com a Lark Health no desenvolvimento de um programa de coaching digital personalizado de cuidados que contribui para apoiar os respetivos utilizadores na melhoria da sua saúde cardiovascular. O programa Heart Health da Lark oferece a contribuintes e profissionais uma solução preventiva, económica e expansível, de fácil utilização, apelativa e acessível em qualquer momento, em qualquer lugar, destinada aos respetivos membros. O membro interage com a Lark através de uma aplicação que tira partido de IA conversacional e dispositivos conectados, incluindo uma escala celular conectada. A solução utiliza um currículo educacional baseado em evidências e técnicas de coaching personalizado em tempo real para ajudar os membros a identificar e gerir melhor os respetivos fatores de risco e doenças existentes para reduzir a taxa de doença cardiovascular.