O que há de errado com esta imagem?

Para as pessoas com visão reduzida ou que perderam a visão, até mesmo as tarefas quotidianas se podem tornar difíceis. A capacidade de trabalhar ou de ter uma vida social ativa pode ser afetada, e as pessoas que perdem a visão podem ficar dependentes de familiares e amigos para atividades simples, tais como fazer compras, limpezas e para se vestirem. Por isso, não surpreende que a perda ou redução da visão cause um crescente isolamento social e transtornos de depressão e ansiedade.¹

Um estudo publicado numa revista médica especializada mostrou que 88% dos entrevistados acreditam que uma boa visão é importante para a saúde e o bem-estar de modo geral. Quase 50% acham que perder a visão teria maior impacto na sua vida diária do que perder um membro, a memória, a audição ou a fala.2

As doenças da retina, como a degenerescência macular da idade com neovascularização (DMIn) e as doenças oculares diabéticas estão entre as principais causas de deficiência visual e cegueira.3 Elas afetam a retina, uma fina camada de células sensíveis à luz e as células nervosas localizada no fundo do olho, e cuja função é enviar informações ao cérebro para permitir a visão.4

As doenças da retina são causadas por alterações específicas no olho. Quando a pessoa tem DMIn, crescem novos vasos sanguíneos, anormais, de modo incontrolável na zona da mácula, uma parte da retina responsável pela visão central nítida. Esses novos vasos podem romper-se, extravasando sangue ou outros líquidos para dentro da mácula e causando inchaço, sangramento, fibrose (formação de cicatrizes) e, no final, problemas visuais.5,6

Embora a biologia de cada doença da retina seja peculiar, alguns dos sintomas são comuns entre elas e podem ter grande impacto no quotidiano.

  • Ponto negro na visão central

  • Áreas de perda da visão

  • Visão turva ou distorcida

  • Linhas onduladas

A atrofia geográfica (AG) é uma forma avançada de DMI. Na pessoa com AG, a visão pode ainda ser nítida se a mácula tiver sido poupada, mas a nitidez diminui se a AG se espalha para outras partes da retina. Pessoas que sofrem de AG podem ter dificuldades em conduzir, fazer compras, ler, ver a sinalização das ruas e realizar outras atividades sociais e manuais.7 Além disso, a sua ansiedade pode ser agravada pela expectativa da probabilidade de agravamento progressivo da perda visual associada à sua doença.7 Atualmente, não existem medicamentos eficazes nem aprovados para tratar ou prevenir a progressão da AG.8

Nas doenças oculares diabéticas, tais como a retinopatia diabética (RD) e o edema macular diabético (EMD), o descontrolo dos níveis elevados de açúcar no sangue pode causar dano aos diminutos vasos sanguíneos (capilares) da retina. Esses vasos podem deixar passar sangue e líquido para a retina, causando inchaço e bloqueio do aporte de sangue a algumas áreas da retina.9 No EMD, que é uma forma avançada de RD, a hemorragia pode causar o aparecimento de pontos “flutuantes”. Sem tratamento imediato, as hemorragias aumentam o risco de perda definitiva da visão.9 Para monitorizar esses sintomas e evitar a perda da visão, as pessoas com diabetes devem fazer exames e controlos periódicos.

A oclusão da veia da retina (OVR) é um bloqueio do aporte de sangue para a retina, que asssim fica privada de oxigénio, tornando-se incapaz de enviar informações visuais ao cérebro. Quando uma veia da retina é bloqueada, não pode drenar mais sangue da retina, o que acarreta hemorragias e extravasamento de líquido para dentro da retina, causando edema.11,12 Habitualmente, o bloqueio ocorre num dos quatro pequenos ramos da veia central da retina, que é a principal. Essa ocorrência chama-se oclusão de ramo da veia da retina (ORVR) e afeta apenas uma parte da retina. A oclusão da veia central da retina (OVCR) é mais rara e pode causar uma perda visual mais grave. Um sintoma típico da OVR é uma perda súbita da visão, sem dor, num olho, no qual a visão pode tornar-se menos nítida ou mais turva em horas ou dias.12

A neovascularização miópica da coroide (NVC miópica) é uma complicação comum da miopia grave, também chamada miopia patológica, e acarreta risco de perda da visão.13 Quando uma pessoa tem miopia muito grave, os olhos são muito alongados no sentido da frente para o fundo, o que faz com que algumas áreas da retina fiquem propensas a romper. A consequência é que novos vasos sanguíneos, anormais, podem crescer abaixo da retina, extravasando sangue e líquido e causando dano e perda da visão.14 Um sintoma típico da NVCm é a metamorfopsia, na qual a visão é distorcida e as linhas retas parecem curvas, tortas ou irregulares.

A melhor forma de detectar qualquer alteração visual é através de exames oftalmológicos anuais. O exame da retina com a pupila dilatada ajuda no diagnóstico das doenças da retina. Se quiser mais informações sobre estas e outras doenças da retina, converse com seu oftalmologista ou aceda à página

Referências

  1. Park SJ, Ahn S, Woo SJ, et al. Extent of Exacerbation of Chronic Health Conditions by Visual Impairment in Terms of Health-Related Quality of Life. JAMA Ophthalmol. 2015; 133:1267-1275.

  2. Adrienne WS, Bressler NM, Ffolkes S, et al. Public Attitudes About Eye and Vision Health. JAMA Ophthalmol. 2016; 134:1111-1118.

  3. Flaxman SR, Bourne RRA, Resnikoff S, et al. Global causes of blindness and distance vision impairment 1990-2020: a systematic review and meta-analysis. Lancet Glob Health. 2017; 5:1221-1234.

  4. Mayo Clinic. Retinal Diseases. [Internet; cited November 2018].
    Available from:

  5. NHS Choices. Macular Degeneration. [Internet; cited November 2018]
    Available from:

  6. Kellogg Eye Center. AMD. [Internet; cited November 2018].
    Available from:

  7. Sacconi R, Corbelli E, Querques L, Bandello F, Querques G. A Review of Current and Future Management of Geographic Atrophy. Ophthalmology and Therapy. 2017; 6:69-77.

  8. Amdbook. Geographic Atrophy [Internet; cited November 2018].
    Available from:

  9. National Eye Institute. Facts About Diabetic Eye Disease. [Internet; cited November 2018].
    Available from: https://www.nei.nih.gov/learn-about-eye-health/eye-conditions-and-diseases/diabeticretinopathy

  10. Yau JWY, Rogers SL, Kawasaki R, et al. Global Prevalence and Major Risk Factors of Diabetic Retinopathy. Diabetes Care. 2012; 35:556-564.

  11. National Eye Institute. Central Retinal Vein Occlusion. [Internet; cited November 2018]. Available from: https://www.nei.nih.gov/faqs/retina-retinal-occlusion.

  12. Macular Society. Retinal vein occlusion. [Internet; cited November 2018]. Available from:

  13. LUCENTIS. What is mCNV (Myopic Chorodial Neovascularization). [Internet; cited November 2018].
    Available from:

  14. Fort Lauderdale Eye Institute. Choroidal Neovascularization. [Internet; cited November 2018].
    Available from:

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