Quebra no acesso a cuidados de saúde - “O problema existe e não pode ser minimizado”

Milhares de consultas, exames e cirurgias ficaram por realizar este ano em Portugal. O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) afirma que o problema não pode ser minimizado e antecipa uma “tendência de agravamento”.

“Não é um problema resolúvel e temos de admiti-lo: os cuidados não prestados [durante os últimos meses] não são recuperáveis”, disse Alexandre Lourenço, durante a sessão de arranque do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a sua Saúde.

Diagnósticos e tratamentos que ficaramtinham, muitas vezes, um tempo certo para serem feitos. Perderam-se oportunidades.

O que é expectável é que “exista uma reação forte” a este problema. Alexandre Lourenço pede um “plano de ataque”, para que o sistema de saúde consiga reagir e nenhum doente seja deixado para trás.

O presidente da APAH recorda que vários estudos académicos dão nota de um excesso de mortalidade nos últimos meses. A Covid-19, diretamente, explica uma ínfima percentagem desse excesso de mortalidade e é necessário entender as causas.

É uma obrigação estudar o que está por trás dos dados da mortalidade em Portugal nos últimos meses.

“Porque é que esse excesso de mortalidade está a ocorrer? O que está por trás dessa mortalidade? A recomendação primeira é estudar o porquê e é essa a obrigação das autoridades de saúde. Há quebras no acesso ao sistema de saúde e é necessário saber quais as patologias mais afetadas. Não basta minimizar o problema, é preciso estudar e encontrar a verdade”, reflete Alexandre Lourenço.

Em relação aos indicadores que apontam para uma quebra de acesso a cuidados de saúde, a APAH considera que a análise dos números é um “exercício de transparência”. O apelo é para que esses dados sejam conhecidos e monitorizados mensalmente, de preferência por unidade de saúde, uma vez que a realidade do país não é homogénea.

O Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde é uma iniciativa da Ordem dos Médicos e da APAH, em parceria com a Roche. Nasce da necessidade de alertar e sensibilizar a população para a importância de não descurar sintomas nem as outras doenças no contexto da pandemia de Covid-19.

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