Elevada quebra na prestação de cuidados de saúde preocupa médicos e administradores hospitalares

No primeiro semestre deste ano realizaram-se menos 3,8 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários do que no mesmo período de 2019, enquanto nos hospitais foram feitas menos 902 mil consultas nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Estes e outros dados relevantes foram apresentados hoje, dia 8 de setembro,em Lisboa, durante o lançamento do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde. Esta é uma iniciativa da Ordem dos Médicos e da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da Roche, para sensibilizar a população para a importância de se manterem alerta em relação à sua saúde, não mascarar sintomas e não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta de qualquer doença.

Os dados oficiais mostram uma quebra de 36% nas consultas presenciais nos centros de saúde nos primeiros seis meses deste ano.

Nos hospitais do SNS fizeram-se menos 902 mil consultas. As primeiras consultas hospitalares registaram uma quebra de 22% e as consultas subsequentes reduziram 11%.

Nas urgências hospitalares assistiu-se a uma redução de 27% de episódios no primeiro semestre, o que significa menos 839.436 episódios do que em 2019.

Também as cirurgias tiveram uma quebra significativa, com a realização de menos 27% de intervenções. As cirurgias programadas tiveram uma redução de 30% e as urgentes diminuíram 10%.

Ordem dos Médicos e APAH manifestam preocupação

A Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) manifestam preocupação com os dados relativos ao número acumulado de doentes que não têm acesso a consultas, cirurgias, exames, internamento ou mesmo urgências.

A propósito do lançamento, hoje, do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, teme que a situação se possa “agravar nos próximos meses, uma vez que existem doentes sem acesso a consultas desde março, que ainda não começaram a ser tratados e não há um verdadeiro plano de retoma”.

Segundo os dados oficiais, o número de teleconsultas aumentou 40% em 2020.

Contudo, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explica que há que olhar com atenção para as consultas presenciais que não foram realizadas: “os números da telemedicina até podem ser positivos, mas este recurso será sempre complementar e ainda não está consolidado de forma uniforme em Portugal e pode mascarar uma realidade que se pode tornar ainda mais grave num futuro próximo”.

Consultee junte-se também a este Movimento.

ContactosPelo MundolinkedinfacebooktwitterinstagramyoutubeProfissionais de SaúdeSobre nósSoluções TerapêuticasTrabalhar na RocheFarmacovigilânciaPolítica de PrivacidadeTermos LegaisPolítica de Cookies