Um em cada dez portugueses é incapaz de comprar os medicamentos que lhe são prescritos pelo médico, devido à sua condição socioeconómica. Para garantir que mais portugueses acedem aos seus medicamentos essenciais, a Associação Dignitude criou em 2016 o Programa abem: Rede Solidária do Medicamento.
A Roche orgulha-se de ser uma “Empresa abem:”, apoiando 350 pessoas em 2020 e em 2021.
“Temos uma parceria com a Roche que já permitiu apoiar 350 beneficiários. Ou seja, a Roche conseguiu transformar a vida destas 350 pessoas, que passaram a ter uma esperança renovada. São pessoas que enfrentavam o dilema terrível de ter de decidir se compravam os medicamentos que necessitavam ou se compravam os alimentos para pôr na mesa da família”, afirma Maria João Toscano, Diretora Executiva da Associação Dignitude.
Mais do que o valor doado, o importante é o impacto que tem na vida de cada pessoa e de cada família. Segundo a métrica utilizada pela Dignitude, por cada 100 euros doados ao Fundo Solidário abem:, é possível apoiar um beneficiário:
“Mais importante do que destacar os 35 mil euros, são as 350 pessoas que podem viver de forma diferente, mais digna e melhor, ao longo destes dois anos”.
Num projeto deste âmbito e abrangência, as parcerias de longo prazo com os doadores são também relevantes. “É importante para o abem: ter parcerias de longo prazo, para poder dar continuidade aos apoios. Queremos que haja um compromisso de sustentabilidade com o fundo solidário”, frisa Maria João Toscano.
Como em qualquer crise económica e social, o impacto da pandemia também já se fez sentir nas famílias que recorrem à Rede Solidária do Medicamento. Só nos primeiros três meses deste ano, mais mil beneficiários juntaram-se ao abem:, depois de em 2020 terem entrado no programa 6.000 novos beneficiários.
Além disso, foi criada a Emergência abem: no âmbito da Covid-19 para dar resposta a pessoas que ficaram em situação vulnerável na sequência de problemas económicos e sociais desencadeados pela pandemia. Através da Emergência abem: Covid-19 tem sido possível dar apoio extra no acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde.
De uma forma regular, o Programa abem: apoia mais de 20 mil pessoas, integradas em mais de 11 mil famílias. Desde 2016, mais de 900 mil embalagens de medicamentos já foram dispensadas graças a este Programa solidário.
Mais de metade dos beneficiários são pessoas em idade ativa (entre os 18 e os 64 anos) e muitos deles trabalham, mas os rendimentos que auferem não lhes permitem fazer face a todas as despesas. Dos restantes, 35% são pessoas com mais de 65 anos e 13% são crianças.
Para um beneficiário integrar o Programa abem: tem de cumprir determinadas condições de recursos, relacionadas com o rendimento per capita e com o valor indexante da Segurança Social.
Os beneficiários são referenciados para o Programa através de uma vasta rede de parceiros, que inclui IPSS, Autarquias, Misericórdias e Cáritas. Pelo menos anualmente, estes parceiros fazem a reavaliação da situação de cada beneficiário.
Este Programa só é possível com a colaboração das farmácias e são cerca de mil as que já aderiram. Com um cartão, cada beneficiário pode dirigir-se a uma farmácia abem: e adquirir os medicamentos prescritos pelo médico sem qualquer custo para si.
Maria João Toscano salienta que estamos perante o apoio a bens essenciais, uma vez que são medicamentos prescritos e comparticipados pelo SNS. O que acontece é que estes beneficiários não conseguem suportar sequer o remanescente da despesa que não é comparticipada pelo Estado.
Cada euro doado ao fundo solidário serve exclusivamente para comparticipar medicamentos aos beneficiários. Porque todos os custos da estrutura e operacionalização do abem: são suportados por outras fontes de financiamento, nomeadamente pelas quotas de quem se queira associar e também pelos Associados Promotores. O Programa abem: é também uma iniciativa apoiada pela Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia.
Às entidades doadoras, Maria João Toscano deixa uma mensagem: “Apoiar o Programa abem: é contribuir para uma melhor saúde para todos, é apoiar a compra de medicamentos essenciais aos mais carenciados. Não se apoia a pessoa A, B ou C e não se contribui para a compra do medicamento X, Y ou Z. No fundo, sobretudo para as empresas da área da saúde e da indústria farmacêutica, trata-se de contribuir e de restituir aos mais necessitados da Sociedade um pouco dos benefícios ou retorno financeiro conseguido, apoiando de uma forma responsável e sustentável uma população vulnerável, permitindo que aceda a bens essenciais de saúde”.