Mãe numa missão

Connie Mudenda enfrentou o insuportável, o impensável – perder três filhos para o VIH.

Era o final da década de 1980, uma época em que pouco se sabia sobre este vírus que ataca o sistema imunitário e pode levar à SIDA.

Os testes de diagnóstico e tratamento ainda não estavam disponíveis na terra natal de Connie, Zâmbia. Como não sabia que era positiva para o VIH, Connie transmitiu inadvertidamente o vírus à sua filha, Lubona, que morreu aos 7 anos. O seu filho Chabala e a sua filha Namuya morreram antes de fazerem dois anos.

«Mais tarde descobri que o hospital realizou testes e que eles morreram de SIDA. Mas não me disseram. Este assunto era tabu naquela altura», diz Connie, que também cuidou da sua irmã durante uma longa doença antes da sua morte. De igual forma, a sua família não foi informada de que a jovem tinha SIDA.

Da sua profunda tristeza, Connie criou beleza e esperança – beleza no nascimento da sua linda filha, Lubona, que recebeu o nome da sua filha mais velha que havia perdido há vários anos. Lubona nasceu saudável em 2012, anos depois de Connie ter testado positivo para o VIH e ter começado o tratamento.

Connie dá esperança a muitas pessoas, de todas as idades, as quais influencia como ativista da SIDA.

A vida após a perda começou para Connie na clínica comunitária onde foi testada pela primeira vez e diagnosticada com VIH em 2004, depois de combater uma tuberculose e outras infecções. «Acho que se tivesse atrasado a minha ida para fazer o teste naquele dia, teria ficado gravemente doente e teria morrido», afirma.

Graças à medicação antirretroviral e a exames regulares, Connie está saudável há 16 anos. Embora a medicação não seja uma cura, mantém o vírus sob controlo, o que pode eliminar ou reduzir a possibilidade de disseminação.

Poucos dias após o diagnóstico de VIH, Connie voltou à clínica, desta vez como voluntária.

«Quase todos que vinham à clínica chegavam em cadeira de rodas, carrinhos de mão ou macas, porque ninguém conseguia andar», recorda. «Estavam desesperados pela vida.»

Connie embarcou num projeto para toda a vida como ativista da SIDA, partilhando a sua história e disseminando conhecimento sobre a importância dos testes, medicação e monitorização do VIH. Ela celebrou na sua comunidade quando estes se levantaram das suas cadeiras de rodas e carrinhos de mão e voltaram a ficar saudáveis.

O alcance de Connie é sentido na sua terra natal, Zâmbia, mas também por todo o mundo. É embaixadora da (RED), que trabalha com empresas como a Roche para sensibilizar e angariar dinheiro para o Global Fund, com o objetivo de eliminar a SIDA e outras doenças infecciosas.

Ela atua como mentora e modelo para mulheres positivas para o VIH que temem nunca poderem vir a ter um bebé saudável.

Quando a Lubona nasceu, em 2012, Connie estava preocupada com a possibilidade de ter transmitido o vírus novamente, apesar de ter tomado diligentemente a sua medicação. A Lubona foi testada para oVIH às seis semanas e disseram a Connie para voltar um mês depois para obter os resultados.

Quando voltou, foi informada de que os resultados não estavam prontos e para voltar novamente após duas semanas. Após duas semanas, ainda não tinham os resultados.

«Podem imaginar a minha ansiedade. Eu mesma fui ao laboratório e disse: “Não me vou embora até que me deem os meus resultados”.»

Encontraram os resultados.

Negativo.

«Sentimos que estamos a carregar algo pesado em nós por tanto tempo. Depois sentimos que nos tiram esse peso de cima e sentimo-nos livres», diz Connie sobre o resultado negativo do teste.

Atualmente, Lubona, de 9 anos, adora andar de bicicleta e enche a mãe de perguntas desafiadoras. Ela sonha ser médica e estuda programas de TV sobre medicina.

Para Connie, todos os 13 de outubro são um motivo de felicidade.

«Celebro o meu aniversário porque nasci naquele dia. Também celebro a minha nova vida. É o dia em que tive acesso à medicação antirretroviral. Se não estivesse a tomar o meu medicamento corretamente, consistentemente, religiosamente e fielmente, não estaria aqui.»

Connie diz que é mais importante do que nunca que o mundo se empenhe em acabar com a SIDA. A pandemia da COVID-19 afetou programas essenciais do VIH e há menos doentes a serem monitorizados.

«Precisamos de dar a cada pandemia a atenção que merece», afirma.

«Vamos trabalhar juntos. É a única forma de vencermos isto. E se não formos cuidadosos, quando nos apercebermos, será tarde demais.»

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