Deteção precoce do cancro: Estudo à população

Quase um quarto dos portugueses com mais de 50 anos nunca se submeteram a nenhum tipo de rastreio de cancro.

Esta é uma das principais conclusões do estudo “Perceções dos portugueses sobre o cancro e deteção precoce”, realizado pela GFK/Metris, e cujos resultados foram apresentados na conferência “Cancro: o presente e o futuro da deteção precoce”, promovida pela Roche.

O objetivo do estudo, que abrangeu mais de mil inquéritos a pessoas com mais de 50 anos residentes em Portugal Continental, era conhecer a perceção dos portugueses sobre o tema dos rastreios de cancro e, mais especificamente, do cancro do cólon e reto e do cancro do pulmão.

O estudo revela que, apesar de os inquiridos terem atribuído uma elevada importância à realização do rastreio do cancro do cólon e reto (média de 9,3, numa escala de 0 a 10), a realização da colonoscopia e o receio da dor são fatores que condicionam a adesão ao rastreio. Aqui, 89% afirmam que poderiam aderir mais facilmente ao rastreio se fosse implementado um método de identificação de risco através das análises clínicas ao sangue.

Quanto ao cancro do pulmão, apesar de Portugal ainda não ter implementado um rastreio organizado, quando questionados sobre a possibilidade de aderirem ao rastreio, 80% dos participantes respondem de forma positiva, nomeadamente, como forma de prevenção/deteção precoce, sendo atribuída uma importância de 9,4 (numa escala de 0 a 10) quando questionados sobre a importância do rastreio do cancro do pulmão.

O estudo revela que 77% dos inquiridos já realizaram rastreios de cancro, em particular o rastreio do cancro de mama (63%), seguido do rastreio para o cancro do cólon e reto (48%) e do rastreio para o cancro do colo do útero (27%).

No caso dos rastreios ao cancro do cólon e reto, 94% dos participantes dizem conhecer ou já ter ouvido falar deste tipo de cancro. Apesar disso, 50% não consegue identificar os fatores de risco da doença e 39% demonstra ter também dificuldades em identificar os sintomas associados. De qualquer forma, os portugueses atribuem uma elevada importância à realização do rastreio do cancro do cólon e reto, uma vez que, numa escala de 0 a 10, a média é de 9,3.

O cancro do pulmão, em Portugal, ainda não dispõe de um rastreio organizado. Ainda assim, 60% dos inquiridos afirmam que conhecem ou já ouviram falar do rastreio. Contudo, 57% não sabem quais os exames a realizar. Além disso, relativamente aos sintomas de alerta, 32% não sabem identificar quais são.

Ainda que tenham alguma falta de informação no que respeita aos exames e sintomas de alerta, os inquiridos atribuem uma elevada importância ao rastreio do cancro do pulmão, tendo em conta que, numa escala de 0 a 10, atribuem uma média de 9,4.

Quando questionados sobre a possibilidade de aderirem ao rastreio, 80% respondem de forma positiva, nomeadamente, como forma de prevenção/deteção precoce (66%). Dos que não aderiram, 72% consideram que o principal motivo é por não considerarem necessário ou não terem sintomas.

Consulte o estudo na íntegra

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