Números de consultas e exames por realizar em 2020 são realidade assustadora

 

Dez milhões de consultas presenciais nos centros de saúde e dois milhões de consultas presenciais nos hospitais podem ficar por realizar este ano, caso o comportamento do sistema de saúde em relação à pandemia de Covid-19 se mantenha até ao fim de 2020.

 

Dados recolhidos pela consultora MOAI para o Movimento Saúde em Dia - www.saudeemdia.pt - mostraram uma redução acentuada da atividade assistencial no Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos primeiros sete meses deste ano.

 

Joana Sousa, da MOAI Consulting, partilhou estimativas para todo o ano de 2020, caso o comportamento do SNS se mantenha como nos primeiros sete meses deste ano.

 

A projeção apresentada aponta para: 

  • Menos 10 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários
  • Menos dois milhões de consultas presenciais nos hospitais
  • Menos de 214 mil cirurgias nos hospitais do SNS

 

“São números assustadores e muito relevantes, que nos devem preocupar e merecem uma análise crítica”, referiu Joana Sousa, durante a apresentação do estudo na Ordem dos Médicos, em Lisboa, na sessão de lançamento do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde.

 

Dos dados já apurados nos primeiros sete meses deste ano, sempre em comparação com o mesmo período de 2019, destaca-se o seguinte:

 

  • Menos 7 milhões de contactos presenciais nos cuidados de saúde primários, quer médicos quer de enfermagem
  • Menos dois milhões de contactos presenciais nos hospitais, no conjunto de consultas, cirurgias, urgências e internamentos
  • Menos 17 milhões de atos realizados em meios complementares de diagnóstico e terapêutica (como exames, análises clínicas ou tratamentos na área da medicina física e reabilitação)
  • - Menos 26 mil mulheres com mamografia realizada; menos 30 rastreios ao cancro do colo do útero; menos 26 mil no rastreio do cancro do cólon e do reto 

 

“Um cenário bastante preocupante nos cuidados de saúde primários” e “uma redução assustadores nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica”. É desta forma que Joana Sousa classifica os dados compilados e analisados.

 

Muitos exames e diagnósticos terão ficado por fazer nos meses em que a pandemia condicionou os sistemas de saúde e muitos portugueses terão diagnósticos fundamentais adiados por esta realidade.

 

Manter a Saúde em Dia é um dos desígnios traçados pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), em parceria com a Roche .

 

Consulte a apresentação feita por Joana Sousa aqui