Cidadãos devem participar na avaliação dos hospitais que os servem

Como podemos imaginar os nossos hospitais dentro de cinco anos?

Mais próximos das pessoas, das necessidades concretas dos utentes e das comunidades onde estão inseridos.

Este é o caminho defendido pelo presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço.

A propósito daque decorre entre 25 e 28 de maio, Alexandre Lourenço advoga que, num futuro próximo, os cidadãos participem na avaliação qualitativa dos hospitais.

É então necessário assegurar que as unidades hospitalares são avaliadas também pela comunidade:

Afinal, os hospitais são parte integrante do dia-a-dia de uma comunidade e não devem isolar-se. Têm a obrigação também de contribuir para o desenvolvimento da sua região.

Obviamente que, a esta avaliação comunitária, se terá de juntar a avaliação económico-financeira dos Ministérios das Finanças e da Saúde. O presidente da APAH insiste na necessidade de uma maior autonomia dos hospitais, em conjunto com uma responsabilização dos seus conselhos de administração.

Isso só é possível com indicadores concretos de avaliação de desempenho e com consequências concretas dessa avaliação.

Para Alexandre Lourenço, uma das medidas mais importantes que o Ministério da Saúde tomou no quadro pandémico foi a de aumentar a autonomia dos hospitais, logo em fevereiro de 2020.

A forma como os sistemas de saúde financiam os hospitais é outra das matérias que tem de evoluir. Atualmente, o modelo de financiamento está muito centrado na quantidade ou no volume de cuidados de saúde prestados. No fundo, medindo consultas, cirurgias, exames ou qualquer procedimento.

Neste âmbito, Alexandre Lourenço encara o projeto 3F -Financiamento, Fórmula para o Futuro como uma viragem no que se tem feito neste domínio:

O 3F é uma iniciativa da APAH, com o apoio da Roche e desenvolvimento IQVIA, que começou a ser desenvolvida em 2018 e que envolve ações concretas e projetos pilotos para testar soluções de financiamento que permitam criar valor para os doentes.

Um dos projetos piloto, o projeto FAROL, foi desenvolvido no Instituto Português de Oncologia do Porto e centrou-se no cancro do pulmão, medindo os resultados em saúde, tanto a nível clínico como os relativos à experiência do doente.

Um dos objetivos é determinar o custo real de tratamento. Além disso, o projeto pretende contribuir para o desenvolvimento de um modelo de financiamento centrado na medição de resultados com incentivos associados à qualidade.

Para lá dos custos globais com a doença (tratamentos, consultas ou cirurgias), é importante saber a experiência do doente e o grau de satisfação com o percurso, os profissionais e a instituição.

O Polaris, o outro projeto piloto em desenvolvimento, foca-se na integração de cuidados e promoção de saúde na área do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Passa por medir e tentar resolver os problemas concretos dos utentes identificados.

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