
“Sou apaixonado por aquilo que a Roche me proporciona fazer: Criar verdadeiro impacto na sociedade”
Portugueses pelo Mundo - Paulo Filipe, Monza, Itália
Cresceu e viveu grande parte da vida no Cacém, numa infância e adolescência felizes. O empenho dos pais em dar uma boa educação aos dois filhos pode ajudar a explicar o percurso profissional e a carreira de Paulo Filipe.
Licenciado em Gestão de Empresas, Paulo nunca procurou enveredar pela área da saúde ou pela indústria farmacêutica. Foi um acaso que lhe tropeçou na vida e, agora, já lá vão 24 anos.
“A indústria farmacêutica não foi uma procura consciente. O que tentei sempre, ao longo da minha vida, foi procurar experiências com que possa aprender e também sentir-me realizado, ter prazer. Sempre busquei uma realização de aprendizagem e de bem estar nas coisas. E o setor da Saúde aparece por acaso”.
Quando entrou na Roche Portugal, em 2006, havia passado por outras quatro empresas farmacêuticas. Mas, aos 33 anos, a primeira vez que entrou no edifício da Roche, para uma entrevista de recrutamento, sentiu que era ali que pertencia.
A Roche surgiu também como uma oportunidade para conseguir, um dia, fazer uma carreira internacional.
Agora, Paulo Filipe está em Itália pela segunda vez, depois de também já ter trabalhado em Basileia.
O esforço de adaptação dos portugueses
Quando teve oportunidade de ir trabalhar para Itália pela primeira vez, em 2008, Paulo Filipe comprometeu-se a aprender italiano, mesmo antes de rumar ao seu novo destino profissional, Monza.
“Passei várias semanas a tirar um curso intensivo de italiano. Era também uma questão quase de sobrevivência, porque sabia que precisaria muito da língua, até para comunicar com os nossos stakeholders externos, como os profissionais de saúde. Mas, no fundo, os portugueses fazem sempre esse esforço de adaptação para conseguir falar na língua do país onde estão”.
A agilidade na procura de soluções é outra das caraterísticas que Paulo Filipe destaca nos portugueses por esse mundo fora.
“Arranjamos sempre uma solução, o que é sem dúvida uma enorme mais-valia nos dias de hoje. Penso que também nos carateriza o ‘bem receber’, o acolhimento, seja o de receber uma visita em casa ou acolher um novo colega de trabalho. E, sem dúvida, que há outra coisa que nos marca: somos genuinamente orgulhosos do nosso país, sobretudo quando estamos fora”.
Na carreira, também é preciso seguir o coração
Depois dos primeiros quatro anos em Itália, Paulo Filipe regressou a Portugal, à Roche, onde esteve entre 2013 e 2017. E entretanto, apareceram os sintomas de uma inquietação de quem precisa de mais e surge um novo rumo: Basileia.
“Comecei a sentir que precisava de aprender mais, sentia-me quase estagnado. Nesta altura, já tinha dois filhos e a decisão de voltar a ir para fora foi tomada em família, com ponderação. Mas, quando seguimos o nosso coração, mesmo na parte profissional, nós estamos a ir na direção certa. Precisamos de encontrar as borboletas na barriga, aquilo que nos leva a levantar-nos de manhã com um sorriso na cara”.
Depois da experiência em Basileia, a família acabou por seguir Paulo Filipe também na sua segunda incursão por terras italianas. Experiências que estão a permitir também aos seus dois filhos uma mundividência que nem todas as crianças conseguem. Com 10 e 5 anos, ambos falam já três línguas: português, italiano e inglês.
E o que iria o pai fazer para Itália?
“Quiseram saber porque íamos para Itália, o que iria ser o meu trabalho. Expliquei que o trabalho do pai é dar sorrisos; que o que o pai e os colegas fazem é tentar dar mais dias e mais alegrias às pessoas que têm doenças”.
Este impacto na vida das pessoas é visível em várias áreas, mas muito na oncologia, diz Paulo Filipe. Os avanços médicos, científicos e terapêuticos proporcionam mais vida real, mais aniversários, mais natais, mais convívios… Mais vida e mais qualidade de vida.
Foi, aliás, na oncologia que iniciou a sua carreira na Roche. Na área do cancro do pulmão, por exemplo, assinala as diferenças de um tempo em que os médicos lutavam por dar apenas mais uns dias de vida aos doentes e o momento atual, com terapêuticas que já permitem mais 36 meses de vida.
“Sou apaixonado por aquilo que hoje em dia a Roche me proporciona fazer. Criar verdadeiro impacto na sociedade”.
Quanto a uma carreira mais itinerante, Paulo Filipe acredita que o tem tornado um melhor profissional, melhor pessoa e melhor pai.
“Este tipo de experiências acaba por dar-nos a noção de que não devemos querer controlar tudo. Obriga-nos a trabalhar com algum nível de incerteza. Estimula-nos a curiosidade. A cada vez que se muda, somos confrontados com novas coisas, novas realidades. E isso dá-nos uma diversidade de pessoas, de pensares, de dificuldades, mas também de soluções”.