Manter a saúde do coração à medida que envelhecemos

Os testes de diagnóstico podem ajudar a detetar e diagnosticar com precisão muitas doenças cardíacas. No entanto, muitas pessoas tendem a não estar conscientes dos sintomas, a adiar a realização de exames ou a faltar a consultas de rastreio de rotina, o que as coloca em maior risco de doenças, como a insuficiência cardíaca, à medida que envelhecem.

As pessoas em todo o mundo estão a viver mais tempo. Em 2050, a população mundial com 60 anos ou mais duplicará e atingirá 2,1 mil milhões de pessoas.1 Uma vida mais longa traz consigo oportunidades, mas a extensão dessas oportunidades depende em grande medida da saúde da pessoa, que também pode ser afetada por doenças que se tornam mais prevalecentes à medida que envelhecemos, como as doenças cardíacas, a diabetes, a demência, entre outras.

A gestão da saúde cardíaca nunca foi tão crítica, sobretudo tendo em conta as crescentes pressões que os sistemas de saúde enfrentam a nível mundial. Os sistemas de saúde em todo o mundo são pressionados a acompanhar um fluxo incessante de avanços na ciência e na tecnologia e, ao mesmo tempo, sofrem frequentemente limitações substanciais de recursos que afetam a prestação de cuidados e os resultados clínicos. Com a idade, as pessoas tornam-se mais susceptíveis a doenças como a hipertensão (pressão arterial elevada) e a diabetes, ambas fortemente associadas à insuficiência cardíaca.1 Manter a saúde do coração através da adoção de estilos de vida saudáveis e de uma vida social ativa pode ajudar a limitar ou retardar a doença.

Compreender quais os testes de diagnóstico utilizados pelos médicos pode ajudar os indivíduos a assumir o controle da sua saúde cardíaca, uma vez que estas ferramentas são capazes de identificar as pessoas com maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca, fazer um diagnóstico precoce e apoiar a tomada de decisões para o tratamento mais eficaz.

A diabetes é uma doença metabólica crónica que pode ocorrer quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina que produz para manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos valores normais. A hiperglicemia, caracterizada por níveis demasiado elevados de glicose no sangue, é um efeito comum da diabetes não controlada e, com o tempo, provoca danos graves em muitos dos sistemas do organismo, especialmente nos nervos e nos vasos sanguíneos. Com o tempo, a glicose pode também acumular-se e danificar os vasos que transportam o sangue de e para o coração. Isto pode levar a uma pressão arterial elevada, também conhecida como hipertensão.2

A hipertensão ocorre quando os vasos sanguíneos se tornam rígidos e estreitos, dificultando a circulação eficiente do sangue por todo o corpo.3 Isto faz com que o coração tenha de trabalhar mais, bombeando o sangue mais rapidamente e, com o tempo, torna-se menos eficiente e mais fraco, o que é conhecido como insuficiência cardíaca, que pode ser causada por vários problemas, incluindo tensão arterial elevada e inflamação.

A nível mundial, 1,5 mil milhões de pessoas correm o risco de desenvolver insuficiência cardíaca e prevê-se que este número aumente 46% até 2030.4 Para as pessoas com mais de 65 anos, a insuficiência cardíaca é uma das principais causas de hospitalização e pode conduzir à morte.5

Os fatores de risco que pode controlar, como o sedentarismo, a alimentação pouco saudável, o colesterol elevado e o tabagismo, devem ser geridos precocemente para reduzir o risco de desenvolver insuficiência cardíaca.

Além disso, a observação ativa de sinais e sintomas como falta de ar, inchaço, fadiga, aumento do ritmo cardíaco, tosse crónica, mobilidade limitada, confusão, náuseas e redução do apetite pode ajudar a detetar precocemente a insuficiência cardíaca.

No entanto, a insuficiência cardíaca continua a ser difícil de detetar porque os sintomas podem ser inespecíficos e os indivíduos podem não apresentar sintomas nas fases iniciais da doença. É importante ouvir o seu corpo, estar atento a estes sinais nos seus entes queridos e fazer análises regularmente, especialmente se notar alterações.

Os testes de diagnóstico desempenham um papel fundamental para ajudar os indivíduos a cuidar proativamente da sua saúde cardíaca. Os rastreios de rotina podem identificar as pessoas com maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca e monitorizar as alterações no organismo para evitar a progressão da doença. Também podem ajudar a efetuar um diagnóstico precoce e apoiar a tomada de decisões para garantir que os indivíduos recebem o tratamento mais eficaz para uma maior probabilidade de resultados positivos.

No caso da diabetes, os medidores de glicemia, os sistemas de administração de insulina e as soluções digitais para a gestão de dados proporcionam um apoio quotidiano eficaz e conveniente à gestão da diabetes e podem melhorar significativamente a qualidade de vida.

Além disso, os electrocardiogramas, os biomarcadores e a ecocardiografia facilitam a deteção precoce, o diagnóstico e a gestão da insuficiência cardíaca.

Um biomarcador pode ser utilizado para verificar se o organismo responde bem a um tratamento para uma doença ou patologia. Também designado por marcador molecular e molécula de assinatura.

O NT-proBNP é uma proteína libertada pelo coração quando a parede do coração é esticada e é um biomarcador que as orientações dos EUA e do Reino Unido classificam como 1A para a insuficiência cardíaca. O doseamento do NT-proBNP é uma análise ao sangue rápida e económica que mede o nível de uma proteína libertada pelo músculo cardíaco quando este está sob stresse. É recomendado em todo o mundo para avaliar rapidamente a presença ou ausência de insuficiência cardíaca.

Para melhorar os cuidados prestados aos doentes, os médicos confiam cada vez mais nos biomarcadores para contar uma história melhor e mais completa. A crescente inovação e os avanços no domínio do diagnóstico permitem que testes simples captem dados sobre estes biomarcadores e, por sua vez, proporcionam aos médicos mais confiança no diagnóstico eficaz e eficiente dos doentes.

Referências

  1. World Health Organization. Ageing and health. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/ageing-and-health [Consultado em 16 de junho de 2023].

  2. World Health Organization. Classification of Diabetes Mellitus. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/classification-of-diabetes-mellitus [Consultado em 16 de junho de 2023].

  3. American Heart Association. How High Blood Pressure Can Lead to Heart Failure. Disponível em: https://www.heart.org/en/health-topics/high-blood-pressure/health-threats-from-high-blood-pressure. [Consultado em 16 de junho de 2023].

  4. American Heart Association. Heart Failure Projected to Increase Dramatically, According to New Statistics. Disponível em https://www.heart.org/en/news/2018/05/01/heart-failureprojected-to-increase-dramatically-according-to-new-statistics. [Consultado em 16 de junho de 2023].

  5. Cowie, M.R. et al. (2013) Improving care for patients with acute heart failure. Disponível em: https://www.oxfordhealthpolicyforum.org/wp-content/uploads/2020/06/ahf-report.pdf [Consultado em 16 de junho de 2023].

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