O jornalismo é um contributo para a literacia em Saúde

A missão do jornalismo também passa por ajudar a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população, contribuindo para a literacia em Saúde e para o esclarecimento da sociedade.

Enfatizar este papel da comunicação social também é o grande objetivo das Bolsas de Jornalismo na área da Saúde, que entram agora, em 2020, na 2ª edição. Uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas, em parceria com a Roche.

Vencedora de uma das Bolsas de Jornalismo em 2018, Christiana Martins, jornalista do Expresso, defende fortemente este tipo de apoios, que dão “liberdade e independência aos jornalistas”:

“Considero que esta concessão de bolsas é ainda mais efetiva do que os prémios, afinal, permite-nos avançar com trabalhos novos, cujos custos seriam incomportáveis na atual situação económico-financeira da maior parte, senão de todas, as redações nacionais. Dá liberdade e independência aos jornalistas, viabilizando também trabalhos de pessoas que se encontram em situação de freelancer. Defendo fortemente esta opção, que projeta para o futuro, mais do que premeia o passado”.

A Bolsa de Jornalismo que recebeu há dois anos permitiu a Christiana Martins investigar uma área pouco falada e divulgada em Portugal - o cancro hereditário e as formas de evitar a sua manifestação.

Graças ao apoio da Bolsa, a jornalista foi ao Canadá entrevistar o “maior especialista” desta área, conhecer os seus métodos de trabalho e divulgá-los em Portugal.

A ideia inicial, quando se candidatou, passava por acompanhar uma comunidade afetada pela mutação fundadora portuguesa do cancro da mama. Mas a jornalista percebeu, ao fim de muita insistência, que o caminho se revelava infrutífero.

Então, em contacto com o presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC) e com a Associação Evita (Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário), Christiana optou por entrevistar “aquele que é provavelmente o líder mundial na investigação nesta área” - Steven Narod, diretor da Unidade de Cancro Familiar do Women's College Hospital, em Toronto, que tinha acabado de lançar um projeto inovador de rastreio universal de pessoas portadoras de mutações genéticas que predispõem à doença.

Deslocou-se em reportagem a Toronto, onde entrevistou o especialista e a sua equipa mais próxima, além de ter observado um dia de trabalho dentro do hospital. Contactou também responsáveis hospitalares e elementos da comunidade portuguesa.

Depois do trabalho no terreno, a jornalista escreveu um perfil do especialista, uma notícia sobre o projeto do rastreio universal e um texto de reportagem sobre a experiência em Toronto.

Christiana Martins não hesita em sublinhar a importância de iniciativas como as Bolsas de Jornalismo:

“É muito importante que iniciativas como esta persistam, porque as reportagens internacionais e para assuntos fora da agenda mediática quotidiana estão claramente em risco no contexto mediático atual e, por isso, sem suportes como este - absolutamente essenciais - um trabalho deste tipo nunca chegaria a ser divulgado”.

Cumpriu-se, assim, os dos propósitos finais de serviço público do jornalismo: ajudar a conhecer, a esclarecer, melhorando a literacia para a Saúde, e, desta forma, ajudando a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população.

Leia ou releiauma das reportagens de Christiana Martins, com fotografias de Ana Baião, concretizada com apoio das Bolsas de Jornalismo.

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