Cancro: Estamos a atravessar um novo momento de urgência máxima em saúde pública em Portugal
A situação atual da doença oncológica em Portugal é “verdadeiramente angustiante”. Este é o panorama traçado pelo presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes.
Na abertura da Conferência "Cancro: Cada Dia Conta. Da Prioridade à Acção", Almeida Lopes lembrou que a pausa forçada na atividade assistencial no início da pandemia veio enfraquecer “a batalha contra centenas e centenas de situações oncológicas”.
“Nunca pensei que pudéssemos sofrer uma crise desta dimensão na oncologia”.
Desde março de 2020 ficaram por realizar cerca de 500 mil rastreios oncológicos e a isto somam-se as consultas e cirurgias que foram adiadas.
“Estamos, portanto, a atravessar um novo momento de urgência máxima em termos de Saúde Pública em Portugal. A situação que vivemos é verdadeiramente angustiante”.
Almeida Lopes recorda que agir depressa é crítico em quase todas as doenças, sobretudo na doença oncológica. No cancro, um mês pode mesmo influenciar as hipóteses de cura.
“Portugal precisa de tratar os doentes. Todos os doentes. A Covid-19 não pode monopolizar unicamente todos os esforços”.
Mas a Apifarma salienta que a Europa “está unida em torno do Plano Europeu de Combate ao Cancro e na criação da Missão Cancro”, para salvar mais de três milhões de vidas nos próximos 10 anos.
É considerado fundamental investir na literacia em saúde, aumentar a taxa de adesão aos rastreios e o número de rastreios, aumentar o acesso aos cuidados de saúde, bem como diminuir os tempos para diagnóstico e início de tratamento.
João Almeida Lopes lança ainda um apelo à capacidade de alinhamento dos diferentes agentes da Saúde, em prol do futuro da Saúde em Portugal e na Europa.
Esta Conferência da Apifarma contou ainda com um discusro do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a pandemia não nos deve abstrair das doenças oncológicas.
Até porque, no futuro próximo, as doenças oncológicas continuarão a aumentar. Mas há também, como frisou o Presidente da República, uma medicina cada vez mais personalizada, com conquistas em termos de prognóstico e de melhoria de qualdiade de vida.
“Vencer o cancro é uma luta de todos”, apelou Marcelo Rebelo de Sousa.
Veja ou reveja a Conferência promovida pela Apifarma aqui