
Pré-eclâmpsia
Uma complicação da gravidez cujo diagnóstico nem sempre é fácil

O que é a pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma complicação da segunda metade da gravidez que se manifesta através da elevação da pressão arterial e eliminação de proteínas na urina, acompanhada ou não de sintomas como edemas das mãos e rosto, alterações da visão ou dores de cabeça. A maioria das situações corresponde a formas ligeiras da doença, mas cerca de 25% constituem formas graves, que não detetadas e tratadas precocemente podem levar à morte da mãe e do bebé.

Mulheres afetadas
Estima-se que entre 3% a 5% das mulheres grávidas desenvolvem pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia ocorre mais frequentemente na primeira gravidez, em mulheres com mais de 35 anos, na gravidez de gémeos e em alguns grupos étnicos, nomeadamente mulheres de origem africana.

Atenção a casos de maior risco
A presença de algumas doenças antes da gravidez, tais como, hipertensão arterial, diabetes, doença renal, doenças auto-imunes, pré-eclâmpsia numa gravidez anterior, está associada a um risco maior de desenvolvimento de pré-eclâmpsia.

Sinais e sintomas
A hipertensão que surge após as 20 semanas de gestação é o sinal mais comum de pré-eclâmpsia. Outros sinais e sintomas podem incluir aumento súbito de peso, edema das mãos e pés, dificuldade em respirar, alterações na visão, náuseas, ou dores de cabeça.

Diagnóstico da pré-eclâmpsia
O diagnóstico de pré-eclâmpsia é baseado no aparecimento de hipertensão arterial e aumento de proteínas na urina. No entanto, nem sempre estas alterações surgem em simultâneo, tornando o diagnóstico muitas vezes incerto.
O diagnóstico ou a suspeita de pré-eclâmpsia implica, na maioria dos casos, o internamento da grávida, por forma a garantir o necessário repouso, o controlo da pressão arterial, bem como a prevenção das eventuais complicações.

Na suspeita de pré-eclâmpsia
Nos casos de suspeita de pré-eclâmpsia, é hoje possível prever com mais certeza o desenvolvimento da doença através de uma análise simples e rápida ao sangue da mãe.
Este teste permite avaliar a probabilidade de desenvolvimento da doença antes que se manifeste abertamente, permitindo ao médico tomar decisões mais informadas, por exemplo, sobre a necessidade de hospitalização ou apenas manter uma vigilância mais apertada.

O que pode fazer?
Compareça a todas suas consultas pré-natais, fale com o seu médico sobre o seu risco de pré-eclâmpsia, monitorize a sua pressão arterial com regularidade e, se estiver acima do que é normal, contacte o seu médico assistente.
Tenha uma alimentação equilibrada, exercite-se com regularidade e mantenha um peso adequado.
Fontes
- Magowan BA, et al. Clinical Obstetrics & Gynaecology, 3rd Edition, 291-297
- Uzan, J., et al. (2011). Vasc Health Risk Manag 7, 467-474
Download PDF - Hund et al. BMC Pregnancy and Childbirth 2014, 14:324
Download PDF - Verlohren,S et al (2010). Am J Obstet Gynecol 202(161), el-11
Artigo completo - Zeisler H, et al. N Engl J Med 2016;374:13-22.
Artigo completo - Klein E, et al. PLoS ONE 11 (5): e0156013.
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